Mitologia Grega e Homeopatia

Público alvo: Profissionais de qualquer área e leigos.

1- O Curso.

O Curso Mitologia Grega e Homeopatia tem por propósito divulgar a Homeopatia e refleti-la junto àqueles que demonstrem interesse pela valorização da vida em bases holísticas e econômicas, supostas pela moderação.

O interessado que freqüentar oito ou mais encontros terá direito a um certificado de conclusão emitido pelo IMH. No caso do interessado se aplicar à elaboração de uma monografia de conclusão, a carga horária de curso poderá ser integrada à de outras atividades do IMH, se o cursando demonstrar  interesses pelas atividades  da instituição.

O Curso estudará o Princípio de Semelhança como constitutivo universal e sua relação com a moderação, ou regime de vida. Para isso apoiar-se-á nos Mito de Édipo e de Narciso, bem como nos de Prometeu, Quirão, Íxion, Tântalo, Orestes, Eros – Psiquê e Caverna de Platão.

2- Fundamentação.

Homeopatia é a ciência e arte de mediar e de remediar as imoderações da saúde. Entendemos saúde como uma grandeza de representação da vida, que é o processo natural que faz brotar todas as coisas.

A grandeza saúde pode ser medida e mediada convenientemente (com suspensão de juízo) e é esta a meta da Homeopatia. Nesse comedimento, inclui-se o medidor e a circunstância sob medição em uma comunhão de semelhança. A inclusão que caracteriza a assimilação homeopática é a representação que foca o sujeito com o objeto de sua medição, que aproxima distâncias e ressubjetiva a coisa reificada e que, como ponto (consciência), comunica conversão (contágio) a uma reta (objeto) e a encurva, como a tradição comum à tangente e à parábola. De fato, se o democrático ponto de governo da parábola se reconduzir como o democrático ponto do meio, de encontro, entre uma reta e uma curva, teremos atualizados contágio (tangência, toque) e comunicação.

Ora, medicina de comunicação, a Homeopatia também é medicina de parábola, de mitos. Nesse momento oportuno é que evitemos grandes distinções entre mitos e parábolas. Se a questão é de comunicação evitemos distâncias (distinções). Por isso, Homeopatia é medicina de história que, dada a ser contada, torna a semelhança contextualizada em campo de contos e de tudo o que pode ser contado.

O mito é um princípio de comunicação que se comporta como um campo emanando memórias de origem da cultura. Um com-portamento é um "por aí" periférico e compartilhado, como experiência ou passagem por um portal (poro), que realiza o mundo com poder de verbo (oros). Um mito realiza mais propriamente pela tradição oral.

Existe o mito em função da comunhão que modera e legisla sobre todas as coisas, como um consenso. O mito conta a história e a preside. Como quem a observa, o mito se compara a um objeto quântico para o qual, dizem, o tempo não passa. Ele, o mito, encerra em si a capacidade de confundir a filosofia (ética), a religião, bem assim, as ciências, exatas e sócio-humanas, como forças que organizam a cultura. Ele confunde o quatro elementar que se humaniza de vez que conjuga a separação dO UM em racionalidades. Assim, o mito engloba saberes do sujeito reflexivo (filosófico e religioso) e do sujeito representado (científico), como um saber de suficiência, democrático, permanente, que legisla sobre saberes particulares, como o conhecimento possível dO UM e de Suas operações. O mito engloba e supera a razão, ordenando as leis do politeísmo e das ciências porque manifesta o meio semelhante, moderação que representa O UM de todas as coisas no consenso, que respira a participação de todos.

Admitimos que o mito conta a história da razão, daí que o mito grego nos favorece no trabalho de compreender a Homeopatia. Tomamos a grecidade como tradição de desenvolvimento da razão e a Homeopatia como o saber teórico-prático de medição e de mediação da Natureza pelo meio semelhante. Trata-se de um saber suficiente e democrático que se compraz em ser fundamentado de acordo com os princípios com que a Natureza se comporta. Neste caso não compreendemos a Natureza separada do homem. Separado, racionalmente separado, o homem não se harmoniza com a Natureza. Há um meio semelhante que rege a conjugação entre transcendência e imanência que atende por verbo ou mito.

Insistimos em que é natural que no contexto dos mitos encontremos harmonia entre religião, filosofia e ciências. O mito viu a origem destas forças culturais básicas e as acompanha na organização de mundo, comungando-lhes semelhança, pacificando-lhes distâncias, consciente de que será reconduzido como pulmão cultural, quando a manifestação da intuição for desimpedida da repressão separatista que mortifica o meio. Quando o império da razão for acolhido em intuição pela moderação consensual, república e monarquia se harmonizarão representadas entre si, leis morais (sócio-humanas e religiosas) admitirão comunhão com leis científicas exatas para comunhão da relação na vida, a compreensão dO UM de que todas as coisas são feitas em Suas funções de comunhão se confraternizará com a medida e mediação do fluxo das coisas.

O paradigma homeopático é, em essência, um paradigma propriamente obscuro. Por não ser iluminado como o da racionalidade biomédica contemporânea, o paradigma da dúvida e das possibilidades da semelhança não se acanha diante do racionalismo cartesiano e biotecnológico. Convém que não nos esqueçamos de que não há dia sem noite e de que, miticamente, a luz nasce da obscuridade. Também as leis da ciência, que generalizam as particularidades fenomenológicas, a despeito de vocacionadas à iluminação racional, têm suas raízes veladas nos segredos da suposição. Elas existem como manifestações inconclusivas da ÚLTIMA LEI (O PRINCÌPIO), ou Singularidade Essencial, que preside a vida e que Se manifesta como o TODO - do ponto infinitesimal ao macrocosmo contingente. Com a Homeopatia compreendemos que não é possível que leis imperem sobre as diferenças e as massifiquem e que, por outro lado, se conceba a realidade como um campo de guerra de uns se legitimando sobre outros pelo arbítrio da ausência dO UM da suposição. Há leis e singularidades porque há UMA LEI essencial e obscura, que SE representa pelo consenso. Esse é o fundamento da medição semelhante que conjuga indução e dedução por representação. Bem, é assim que podemos compreender a realidade se manifestando como EU SOU, em que EU e SOU são fraternos de origem, paridos e representados entre si, em alteridade, vivendo a tensão da separação e distensão do meio em distância. Evidentemente que a suposição da LEI, para ser democrática e, portanto, LEI para EU e LEI para SOU, LEI para um e LEI para outro, preside a manifestação reflexiva do MEIO.

Ora, se existimos EU e eu, existem eus e o meio em que os eus se relacionam, sendo o meio representação da Singularidade. É pelo meio que toda contradição de singularidade (diferença) se espelha. Daí que o foco (essência do espelho) é semelhante. Daí que a imagem é semelhança da suposição que a reflete, por inversão.

A Homeopatia é medicina do meio que pratica a semelhança na solução dos conflitos reificantes de mundo, mediando a distância, moderando a contradição da legalidade.

A contradição é o parto da LEI que se põe PAI e FILHO. O PAI representa a manifestação transcendente da LEI e o FILHO a manifestação sensiva e dorida da LEI. Tais pares se harmonizam pela LEI. Deste modo a LEI, ou UM essencial, Se põe TRINA, por uma manifestação dual ou contraditória, parida. Chamemos Phýsis aO UM essencial e Dynamis à contradição que supõe a multiplicidade. Se houver amortecimento dO UM, haverá julgamento fratricida na contradição e guerra. Com isto, haverá infanticídio (que se resolve miticamente como sobrevivência do filho no campo) e/ou parricídio (que se resolve por anagnórisis e solução da hipocrisia). Em função do amortecimento do meio haverá distância Haverá distância entre gêmeos originais, entre eus, de que resultará licantropia. O fratricídio é a desarmonia que tende a anular a existência fraterna, correspondente à guerra que contende por terra e se torna crise de competência (competição), dando razão a quem afirmou que a guerra é o Pai de todas as coisas.

Não é possível a anulação dO UM, nem do Pai, nem do Filho, nem do meio, e isto é uma forçosidade physiológica. Nesta forçosidade O UM se reconduz em trindade. Essa forçosidade corresponde ao quatro elementar de Empédocles que, reduzido à Força Vital hahnemanniana, embasa o vitalismo homeopático. Se hão é possível a morte dO UM, que não é nascido, não é possível a morte da trindade que O reconduz. Portanto não é possível a morte do quatro elementar da tradição orgânica e hermenêutica. Mas com o amortecimento dO UM, com o amortecimento do meio, portanto, vive-se a sensação de oponeência entre transcendência e entre imanência, arbitrariamente. Entendemos o meio como recondução dO UM. Do parto da suposta Phýsis (O UM), pela Dynamis que A pare em Pai (transcendência) e Filho (Imanência), resulta comunhão pelo meio entre Pai e Filho. Do parto da Phýsis resulta Sua aparição aí no mundo das coisas pelo Pai e pelo Filho. A comunhão pleo meio entre Pai e Filho representa a semelhança: manifestação nas coisas da IDENTIDADE suposta. A comunhão converte Pai e Filho e os varia. Então, outro nome do meio é Tempo. É o Tempo a semelhança., meio que reconduz a Dynamis. Pelo meio, Pai e Filho se confundem em comunhão, ou semelhança. A semelhança, ou Tempo, também é corpo do Pai e corpo do Filho, vestindo-os. Assim, o meio comum que varia em Tempo comum, em corpo comum, em veste comum, é o lugar (ethos) comum do Pai e do Filho na manifestação (comunhão) da Phýsis. Onde a Phýsis se põe, comportam-se, paridas, todas as phýsies. Com o infanticídio e seu espelhado parricídio míticos, amortece-se a harmonia. Com o amortecimento do meio, elástico e vário, aparecem horas e distâncias várias (múltiplas).

A comunhão que manifesta a Phýsis, manifesta pelo meio, como imagens, seja o Pai para o Filho, seja o Filho para o Pai. Nesse caso, pelo meio, transcendência e imanência se convertem. O meio medeia Pai e Filho. Por comunhão, se medem Pai e Filho. Daí que o Tempo, que veste (lugar ou ethos) e comunga, também é modo (ethos), em sua tradição de comportamento e de experiência.

Com o descomedimento, o foco (pontual) da manifestação se projeta, amortecido por distância. Se, por comunhão, Pai e Filho se confundem, por amortecimento, o meio se torna tempo das horas e dos espaços. Pai e Filho se aparentam separados no tempo das horas, mas confundidos, ainda assim, pelA SUPOSIÇÃO que permanece SE reconduzindo.

Pai e Filho se medem por modos, metidos no meio comum da manifestação. Deste modo, a comunicação da origem, como princípio de comunicação, tempo ou corpo dO UM, varia em mito: lugar e comportamento do par original.

Visto que o meio se representa por uma minimidade (infinitesimalidade) entre Pai e Filho, tal o princípio de contágio ou ponto, o parricídio-infanticídio míticos (de início e meio da realidade separada), amortecendo-lhe a dinâmica, gera a ilusão da distância e da condução saltatória (de assaltos), desenhando o mundo como um caos de origem. Nesse caos polariza-se a ladroagem, de esquerda e de direta, presidindo crises de propriedade, crises de dominação, crises de submissão ( e sumissão, por que nâo?) de um por outro. Este, que reina, imobiliza calcanhares com ferros industriais da massificação (assim, encadeado, o outro "não pode" saltar, assaltar e dançar a dança de mundo). Aquele que se apóia em um bastão, quando em conflitos (encruzilhadas), amortece expressões de muitos com com intolerantes bastas, bastantes para decifrar enigmas e reconduzir a licantropia, até que chegue o reconhecimento e, com ele, a confraternização. Espelha o bastão a medida interna posta aí fora. Pois bem, comunicando distâncias, o mito ou ponto do meio se representa como reminiscência da origem, ou minimidade feita de horas, que pare Pai e Filho. Essa mítica minimidade de horas se reflete ho-minimidade, ou suposição de homem. Com distâncias fratricidas que amortecem o meio de comunhão, o Pai se pulveriza em conceitos e o Filho em homens membranáceos, que se comem, insaciavelmente, em licantropia venereopática.

O meio, como foco de manifestação, agora comporta a Phýsis por maneiras. Destarte se conclui que a fenomenologia é mediada pelo modo do homem.

A Homeopatia reconhece que o comportamento do homem representa o excelente campo para manifestação da semelhança na medição e mediação dos dilemas de saúde. Como medicina da suavidade e da representação, capaz de comunicar simplificação à realidade mórbida fragmentada, a Homeopatia é ambiente natural para convivência harmoniosa de filosofia, ciência e religião. Nela, a obscuridade mítica encontra lugar de revelação que ilumina e se ilumina democraticamente com as dinâmicas culturais filosófico-científicas e religiosas. É justamente esta visão que fundamenta a proposta do curso.

Coordenação:

Antônio Carlos Gonçalves da Cruz, Maria das Graças Verdolin Froeseler e Cleri Silva Fernandino.

O local de encontros será determinado pela coordenação de curso.

Inscrições: (31) 3332-9417 ou O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.

 

   
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